segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Meninas - demônios no cinema

Estive pensando, ultimamente, e observando também, o quanto meninas começaram a aparecer como demônios ou coisa que o valha no cinema de Hollywood e no europeu também. Três casos particulares posso citar aqui, muito conhecidos:


No primeiro,  A ÓRFÃ, a menina é  interpretada por  uma atriz com 10 anos de idade e o personagem psicótico sai por aí matando pessoas, tentando seduzí-las, destruindo   lares e matando justamente aqueles que mais confiam nela...
No segundo, CASO 39, a menina é satanizada numa personagem que mata pelo poder da mente e que já nasceu com este instinto maligno... num final previsível, Esther (Jodelle Ferland) é assassinada pela assistente social interpretada pela ganhadora do Oscar,  Renée Zellweger .

Em LET ME IN  a menina é um monstro carniceiro, sanguinário, faminto de sangue e devorador de pessoas, que escolhe sempre um  protegido que lhe servirá por toda a vida como um servo ou escravo. Ele matará humanos para alimentá-la, mas ela irá à luta se precisar!
Essa trilogia me lembra a relação mitológica da mulher com o demônio, sempre relacionada ao pecado, à culpa,  à destruição. 
Desde Lílith, condenada a parir demônios por não  aceitar fazer sexo estando o tempo todo por baixo.
Desde Eva, com seus partos amaldiçoados por haver cedido à curiosidade de provar o fruto proibido, e ainda fazer Adão provar também.  Sempre relacionada à subserviência em função do ser inferior  ou pecaminoso que representou na literatura da tradição judaico-cristã -
(I Coríntios 14,34)
(I Coríntios 14,35)
Como em todas as igrejas dos santos, as mulheres estejam caladas nas assembléias: não lhes é permitido falar, mas devem estar submissas, como também ordena a lei.  

Se querem aprender alguma coisa, perguntem-na em casa aos seus maridos, porque é inconveniente para uma mulher falar na assembléia. 

Até entre os filósofos sábios gregos a mulher foi tratada como inferior.

"A mitologia grega destaca fortemente a presença de mulheres através da figura das deusas Artemis, Atena, Afrodite, Deméter, Hera, Perséfone, Pandora e Gaia. Embora a inteligência e o pensamento sejam representados pela deusa Minerva (versão latina da deusa Atena), é interessante destacar, que esta nasce não do corpo de sua mãe, mas da cabeça de seu pai, Zeus. Isto demonstra, desde o princípio, a desvalorização da mulher. "(http://www.espacoacademico.com.br/058/58andrioli_liria.htm)

Ou o cinema cria ou re-cria personagens infantis femininos estúpidos e medíocres ou produz películas onde as meninas são transformadas em demônios terríveis e cruéis.  


Carece de sensatez a imagem da menina - mulher nesta 7ª Arte, carece de senso de equilíbrio, compromisso político com o status quo da mulher no mundo, aumentando cada dia mais o índice de crimes de violência doméstica contra mulheres.  

Afinal, um comediante brasileiro, "crente que tá abafando" o imbecil - como dizemos aqui na Bahia -  não andou dizendo por aí que só quem se queixa de estupro   é mulher feia e que o estuprador deveria receber parabéns e não cadeia?  Isso foi uma piada?  Isso foi uma coisa engraçada que ele falou achando que outras pessoas iriam rir?  Ele tem que ser enquadrado na Lei Maria da Penha ,  Incisos II e V do art 7º.

Há que haver um compromisso, um respeito e uma cumplicidade contra a  terrível situação em que se encontra a mulher no mundo civilizado do século XXI, prostituída, assassinada, satanizada, perseguida... apesar de todas as brilhantes executivas da Avenida Paulista ou da 7ª Avenue.

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A violência contra a mulher é uma das formas mais cruéis de atentado aos direitos humanos