quinta-feira, 19 de julho de 2012

A questão da mulher na II Internacional



Escrito por Cecília Toledo *. Posted in MULHERES
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“A emancipação da mulher, sua igualdade de condição com o homem é e continua sendo impossível enquanto a mulher permaneça excluída do trabalho social produtivo e deva limitar-se ao trabalho privado doméstico... A libertação da mulher tem como condição primeira a incorporação de todo o sexo feminino na atividade pública”. (Engels, A origem da família, da propriedade privada e do Estado)

No entanto, até meados do século XIX, essa concepção de que a mulher tem que ficar em casa permaneceu quase inalterada. Mas a realidade outra vez se mostrou mais forte: apesar de toda a ideologia, a mulher trabalhava porque precisava sobreviver.
Se a I Internacional significou a conquista da vanguarda proletária para o marxismo, a II Internacional ganhou milhões de trabalhadores para as suas concepções. Foi a Internacional mais característica da era reformista, pois foi o período em que mais se arrancaram concessões, como férias, aumentos salariais, legislação social e trabalhista, entre outras. Em relação à questão da mulher, a luta por direitos democráticos - como igualdade política, direito de filiação a partidos e direito de voto - foi a que mais agitou a II Internacional.
Iniciada nos Estados Unidos, a luta sufragista foi a primeira luta feminista internacionalista, pois envolveu mulheres de vários países do mundo e incorporou os métodos tradicionais de luta da classe trabalhadora, como passeatas massivas, assembleias, greves de fome e enfrentamentos brutais com a polícia, nos quais muitas ativistas foram presas e assassinadas.
No campo socialista, a luta sufragista foi dirigida pela II Internacional, dividida entre reformistas, que defendiam o direito de voto apenas para os homens (eles achavam que as mulheres votariam nos partidos católicos reacionários), e marxistas, defensores do voto para todos. A dirigente política marxista mais importante da II Internacional e também da III foi Clara Zetkin, membro do SPD (Partido Social-Democrata Alemão). No Congresso de Stuttgart, em 1907, ela defendeu a posição dos marxistas, que saiu vencedora. E a Internacional Socialista se lançou em uma campanha internacional pelo sufrágio feminino, com mobilizações em diversos países.
O partido mais importante da II Internacional era o SPD. Em 1891, ano em que a ala esquerda conseguiu aprovar um programa basicamente marxista, o partido passou a exigir direitos políticos para todos, independentemente do sexo, e a abolição de todas as leis que discriminavam a mulher.
Na década de 1890, o SPD se concentrou, em primeiro lugar, na organização sindical das mulheres, e obteve algumas conquistas importantes. Em 1896, por proposta de Clara Zetkin, o partido aprovou uma resolução para iniciar o desenvolvimento de organizações especiais para uma atividade política mais ampla entre as mulheres. Além de trabalhar pelos objetivos gerais do partido, concentraram-se em bandeiras feministas, como igualdade política, licença-maternidade, legislação de proteção para a mulher trabalhadora, educação e proteção para as crianças e educação política para as mulheres.
Até 1908, na maior parte da Alemanha as mulheres eram proibidas de se filiar a qualquer grupo político. Para burlar isso, o SPD organizou dezenas de “sociedades para a autoeducação das trabalhadoras”, organizações livres que estavam parcialmente fora dos limites do partido, mas estreitamente ligadas a ele. De 1900 em diante, organizaram-se conferências bianuais de mulheres socialistas para unificar esses grupos e dar-lhes uma direção.
Depois de 1908, as mulheres passaram a se filiar legalmente ao SPD e se integraram aos organismos do partido. Mas continuaram mantendo seu próprio jornal, Igualdade, dirigido por Clara Zetkin, que chegou a ter uma circulação de mais de 100 mil exemplares até 1912. Passaram a ter uma representação proporcional em todos os organismos permanentes do partido, e aquelas que eram membros dos organismos eram eleitas em reuniões de mulheres. Não que esse seja um modelo organizativo definitivo, mas demonstrou um esforço do SPD para superar os problemas colocados pela exigência de organizações independentes de mulheres e de um único partido revolucionário da classe operária, em cujo seio não existem cidadãos de segunda classe e onde todos os membros têm os mesmos direitos e obrigações.

Cecília Toledo é membro da Secretaria Internacional de Mulheres da LIT-QI

domingo, 27 de maio de 2012

GERAMOS A VIDA E QUEREMOS APROVEITÁ-LA TAMBÉM!

Marcha das Vadias  

Marcha das vadias em 14 cidades brasileiras no OLHAR  de PABLO CAPILÉ
 fotos belíssimas de PABLO CAPILÉ, com comentários de Diacui Pataxó

essa é todo movimento, toda liberdade, toda busca de ser sujeito da própria história.

livres e misteriosas, assumidas mas escondidas, quebrando tabus e preconceitos, marcham as mulheres de meu país ao encontro de sua própria assinatura.


Prestemos homenagem a todas as mães solteiras, a todas as empregadas domésticas, a todas as prostitutas, às lavadeiras, às faxineiras, às garis, às professoras, às médicas, às advogadas, Promotoras, Juízas... pois a violência doméstica, a violência contra a mulherr ela não tem classe social nem nível de escolaridade.  Que todas se sintam uma nessa luta.







Até grávidas estavam lá, seminuas, celebrando a vida e a liberdade com esta palavra agora desmistificada, com esta palavra agora tornada aliada e abraçada por todas nós, para que se aprenda que nenhuma palavra deve ser usada para desmerecer uma mulher, nenhuma mulher.
VADIAS







Essa é A que mais me fala, a que mais me teletransporta ao mundo dos significados, a que mais me serve de pedra para arremessar na cara de muita gente e quebrar a cabeça de alguns.  Vivemos centenas  de  anos    sob a égide dos padrões ditados pelo Mercado, dos valores ditados pelo Mercado, até o formato do amor é ele quem dita, e é tão sutil e o mesmo tempo tão voraz que quase não nos apercebemos de sua presença venenosa em nossas vidas, em nossas escolhas , em nossas ações.








Eu vomito o machismo de meus ancestrais ao mesmo tempo em que amo essa irreverência, essa ousadia, essa afronta é tudo de bom que minh'alma anseia e deseja.

Só existe essa verdade: NÃO ACEITAR VIVER SOB TODA EStA MENTIRA, sob esse falso moralismo, esse pseudo pudor nefasto e fétido que a moral burguesa excreta em suas leis , em seu ordenamento jurídico.

Há que se dar um basta nesse abuso sexual, eu transo com quem quiser, se quiser.  Não me obrigue a mais nada, muito menos me desobrigue.  Eu decido sobre meu corpo, minha roupa, meus horários.eu decido sobre minha vida, eu administro minha vida.  A terra girou muito, Galácticas, Pré-Históricas, Pan-Universais....GERAMOS A VIDA E QUEREMOS APROVEITÁ-LA TAMBÉM!




Violência em manifestação gay na Rússia.


Manifestação a favor dos homossexuais em Moscou  acabou em confusão.  Grupos de oposição entraram em confronto com ativistas gays.  Dezenas de pessoas foram detidas.
Gays e simpatizantes tentavam fazer um ato público  “não autorizado” diante do Parlamento.   Queriam protestar contra proibição de todo tipo de propaganda homossexual em grandes cidades da Rússia.  Grupos ortodoxos, contrários aos movimentos em defesa dos direitos dos homossexuais reagiram,  manifestando-se e agredindo-os.

A homossexualidade foi considerada crime no país até 1993 e doença mental até 1999.  Desde 2006 a tentativa de celebrar o dia do orgulho gay 

domingo, 20 de maio de 2012

MULHERES DE FIBRA 6 revolucionárias Quem somos hoje devemos a estas mulheres, que, no século 20, lutaram pelo que acreditavam em campos tão distintos quanto política, moda e psicologiaMELANIE KLEIN Mãe da psicologia infantil


KLEIN/Phyllis Grosskurth/Instituto Welcom{txtalt}
MELANIE KLEINMãe da psicologia infantil
Muito da compreensão que temos hoje sobre o comportamento dos nossos filhos se deve ao gênio da britânica (nascida na Áustria) Melanie Klein, que jogou luzes sobre a psicologia infantil e desenvolveu, pela primeira vez na história da psicanálise, um método para analisar crianças. Baseado em jogos e brinquedos, ele é amplamente utilizado por terapeutas do mundo todo.
Combativa, Melanie (1882/1960) confrontou princípios freudianos ao ressaltar a importância do primeiro ano de vida da criança e os sentimentos agressivos do bebê em relação à mãe. Com isso, entrou em choque com Anna Freud, defensora ferrenha das idéias do pai e que, como ele, buscara refúgio dos nazistas, em 1938, na Inglaterra - para onde Melanie também se mudara, em 1926, já divorciada. Ameaçada de expulsão da Sociedade Psicanalítica Britânica, o que acabou não se concretizando, ela viu a própria filha, Melita Schmideberg, igualmente psicanalista, voltar-se contra ela - situação que perduraria até o fim da sua vida. Outra grande perda marcaria a trajetória dessa revolucionária: a do filho mais velho, Hans, que morreu aos 27 anos numa escalada nos Alpes. Numa demonstração do ódio que tinha pela mãe, Melita acusou-a de ter levado o jovem ao suicídio. 

6 revolucionárias Quem somos hoje devemos a estas mulheres, que, no século 20, lutaram pelo que acreditavam em campos tão distintos quanto política, moda e psicologiaCARMEN DA SILVA Colunista de respeito

{txtalt}Nelson Di Rago/Dedoc{txtalt}
Carmen da Silva
CARMEN DA SILVA
Colunista de respeito
Escreve aí: o feminismo brasileiro tem duas vertentes, a acadêmica e a popular. A acadêmica deve ser creditada a Eva Blay. E a popular a Carmen da Silva." Foi assim que a escritora Rose Marie Muraro resumiu, para a revista ÉPOCA, o papel histórico de Carmen da Silva, colunista da revista CLAUDIA por 22 anos consecutivos, de 1963 a 1985. Gaúcha de Rio Grande (1919/1985), psicóloga, ela enviou uma carta à redação, depois de voltar do Uruguai e da Argentina, onde morou por 20 anos: nela, afirmava que as mulheres estavam explodindo de angústia e que por isso desejava escrever sobre as inquietações que provocavam esse e outros sentimentos. Ganhou a página A ARTE DE SER MULHER e se tornou a jornalista mais influente da imprensa feminina, abordando temas tabus, como divórcio, anticoncepcionais, dupla jornada de trabalho e igualdade de direitos entre os sexos.
Na autobiografia HISTÓRIAS HÍBRIDAS DE UMA SENHORA DE RESPEITO, Carmen descreve a reação das leitoras: "Meus artigos caíram como ufos incandescentes no marasmo em que dormitava a mulher brasileira. Comecei a receber uma avalanche de cartas de todos os tons: apelos, xingamentos, pedidos de clemência, deixe-nos em paz, preferimos não saber!" Logo, porém, conquistou (e manteve por duas décadas) milhares de leitoras, contribuindo de forma crucial para a revolução dos costumes no Brasil.6 revolucionárias Quem somos hoje devemos a estas mulheres, que, no século 20, lutaram pelo que acreditavam em campos tão distintos quanto política, moda e psicologiahttp://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cultura/conteudo_272637.shtml?func=2

6 revolucionárias Quem somos hoje devemos a estas mulheres, que, no século 20, lutaram pelo que acreditavam em campos tão distintos quanto política, moda e psicologiaBERTHA LUTZ Uma brasileira pelo voto

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Bertha Lutz
BERTHA LUTZ
Uma brasileira pelo voto

Para lutar pelo nosso direito de votar, ela organizou até um vôo num aeroplano, de onde lançou folhetos sobre o Congresso Nacional, o Palácio do Catete, sede do governo federal no Rio de Janeiro, e os jornais da cidade. Era maio de 1928 e Bertha Lutz (1894/1976) já estava de volta ao Brasil havia dez anos, depois de se formar em ciências naturais na Sorbonne, em Paris, onde se entusiasmara com as reivindicações feministas, sobretudo com os direitos políticos. Bem-nascida - era filha do cientista Adolpho Lutz - e bem relacionada, Bertha tanto fez com suas colegas da Federação Brasileira para o Progresso Feminino (FBPF) que conseguiu dobrar os poderosos: em 1932, Getúlio Vargas instituiu o voto feminino.
Naturalista do Museu Nacional do Rio de Janeiro e presidente da FBPF até 1972, Bertha também teve atuação internacional, batalhando com as sufragistas nos Estados Unidos e em países latino-americanos. Mais: deu sugestões ao anteprojeto da Constituição de 1934, ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados, em 1936, representou o Brasil na Conferência Internacional do Trabalho, na Filadélfia, em 1944, e integrou a delegação brasileira à Conferência Mundial da Mulher, no México, em 1975. Morreu um ano depois, solteira, em uma casa de repouso.

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BETTY FRIEDAN  http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cultura/conteudo_272637.shtml?func=2
A dona-de-casa que virou a mesa
Os machistas fizeram de tudo para desacreditá-la, associando seu nome e sua feiúra - que ela afirmava ser "uma praga" em sua vida - a um bando de mal-amadas. Como poucos, Betty Friedan foi vítima de piadas de mau gosto. Mas essa americana (1921/2006) deu a volta por cima e entrou para a história como ícone da luta feminina.
Tudo começou quando ela escreveu A MÍSTICA FEMININA, em 1963, que se tornou o estopim da chamada "segunda onda" do movimento de emancipação, o Women's Lib. No livro, a psicóloga Betty, então dona-de-casa, expunha a insatisfação de mulheres como ela, impedidas de atingir todo seu potencial. Entre outras coisas, brigava pelo nosso direito de ter uma profissão e pela divisão de tarefas domésticas, conquistas hoje tão consolidadas que parecem ter caído dos céus. Pelo contrário, custaram caro até para Betty: com a repercussão do livro, passou a apanhar do marido, como contou na autobiografia LIFE SO FAR. Convencida de que estaria protegendo o movimento, ela se calou, até que em 1969 pediu o divórcio. Nos anos 70, descontente com o radicalismo da Organização Nacional de Mulheres, que ajudara a fundar, deixou o grupo. Mas seguiu lutando até o fim da vida por causas femininas e humanitárias.

MULHERES DE FIBRA 6 revolucionárias Quem somos hoje devemos a estas mulheres, que, no século 20, lutaram pelo que acreditavam em campos tão distintos quanto política, moda e psicologia


COCO CHANEL  http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cultura/conteudo_272637.shtml?func=2
Incendiária da moda
Ela nos livrou do espartilho, das roupas apertadas e dos chapéus incômodos que mais pareciam grandes fruteiras - "Como pode um cérebro funcionar debaixo dessas coisas?", perguntou - e nos deu de presente o conforto e o luxo contido. As peças molengas de jérsei, a bolsa a tiracolo, o suéter folgado, o cardigã, o tailleur e o pretinho básico são algumas das inúmeras invenções da francesa Gabrielle Bonheur Chanel - ou simplesmente Coco Chanel (1883/1971).
Sua história é conhecida: a garota rebelde do interior da França, educada desde os 12 anos num orfanato, criava, totalmente na contramão da moda de então, peças inspiradas no guarda-roupa masculide no. Financiada por um amante rico, Étienne Balsan, mudou-se para Paris, onde montou em 1909 uma butique de chapéus. Pouco depois, ela abriu um ateliê de costura, desta vez com a ajuda financeira de outro namorado, Arthur Capel. Seguiu-se um sucesso estrondoso (antes mesmo do lançamento do perfume Chanel no 5, em 1923), só interrompido pela Segunda Guerra Mundial. O romance que Mademoiselle, como era chamada, protagonizou então com um oficial do Exército alemão lhe valeu duras críticas quando fez sua rentrée no mundo da moda, em 1954. Determinada, Chanel superou o mau momento, continuou a criar e brilhou até morrer, aos 88 anos, no hotel Ritz, onde morava. Teve diversos parceiros, mas nunca se casou
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cultura/conteudo_272637.shtml?func=2


6 revolucionárias

Quem somos hoje devemos a estas mulheres, que, no século 20, lutaram pelo que acreditavam em campos tão distintos quanto política, moda e psicologia




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Simone de Beauvoir
SIMONE DE BEAUVOIR
Inventora do feminismo
Uma foto de Simone de Beauvoir nua, de costas, na capa da revista. Foi assim que a LE NOUVEL OBSERVATEUR comemorou o centenário do nascimento da papisa do feminismo, em 9 de janeiro deste ano. Provocação? Choveram cartas de feministas iradas dizendo que sim e questionando os editores por nunca terem estampado o bumbum do filósofo Jean Paul Sartre, o homem da vida de Simone. Para a revista, a imagem traduzia o espírito libertário da escritora francesa (1908/1986). Difícil discordar. Mesmo porque o livro O SEGUNDO SEXO, de Simone, também foi vis to como um atentado ao pudor na época do lançamento, em 1949. Só nos anos 60, as mulheres viram a real importância da obra, que criou as bases do feminismo e é tida como uma das 100 mais importantes do século 20. Está tudo ali: a forma como as tradições políticas e sociais, para justificar o patriarcado e a opressão masculina, criaram a tese da inferiorização da mulher; os programas para a liberação feminina; o questionamento da instituição do casamento.
Com o livro em punho, as mulheres mudaram o mundo. Além disso, a própria vida de Simone, que representava a quintessência da liberdade, inspirou milhões de jovens. Ela viveu uma das maiores histórias de amor de todos os tempos com Sartre, sem nunca morar com ele, e manteve amantes. Entre os dois, valia o pacto de que o amor masculino deles "absoluto" e os outros "contingentes" - o que fazia muita gente sonhar com a conquista de igual coragem. Hoje, dois anos depois do lançamento do livro TÊTE-À-TÊTE, da inglesa Hazel Rowley, nós sabemos que a história não era bem como Simone contava: a defensora da verdade omitiu o fato de que Sartre não a desejava mais sexualmente quando ainda estavam na casa dos 30 anos, não revelou os próprios casos com mulheres nem que seu amado seduzia as alunas. Muitas leitoras se sentiram traídas, com razão. Mas o fato de Simone ter se omitido não é motivo para crucificação. Como disse a psicanalista Julia Kristeva, sem O SEGUNDO SEXO não existiria nem aborto, nem paridade, nem mulheres ministras e presidentes".

sexta-feira, 11 de maio de 2012

SER MULHER

"Ser mulher é ser a Outra, o Objeto, a "Genitrix", a matrona, a esposa, a Mãe misteriosa, a Outra, sempre a Outra, exaltada como objeto do homem?  Será o seu ser definível como o apoio dos mitos e das proteções da psiquê masculina?  Seu papel ontológico e fundador será a aceitação, a introversão: o regaço, o seio nutriz, os braços protetores, a Maternidade assimilada à Terra, a Fecundidade, a germinação, a obscuridade uterina?  A mulher será essencialmente a que consola, que nutre, que embala, que protege, a que é presença, intimidade, refúgio?  É o eterno feminino fora do qual não existe salvação para o homem?  Que representa para ela, mulher, esse "mistério feminino"?  É logro, mitologia, alienação, projeção no irreal?  Isso tem um valor para ela, em quem se recolhe esse mistério?  Outra para o homem, é ela Outra também para ela mesma?  É portadora de dons que ela ignora?  É símbolo, imagem, arquétipo?  É dom e fonte?   Que sentido se anuncia nela?  Qual o seu papel entre os seres humanos?  Será ela consolação e doçura?"

                     Ivonne Pellé-Douël

domingo, 6 de maio de 2012

A MULHER

vivemos numa sociedade hipócrita, onde impera não o respeito mútuo, mas os interesses particulares; onde imperam a competição desumana criada pelo capitalismo e outros sistemas econômicos, onde as pessoas deixam de ser companheiras para serem concorrentes, disputam umas com as outras um privilégio qualquer, não importa o quanto cedem dos interesses coletivos em função de suas próprias ambições ocultas ou expostas, não importa, pois o que vale é a bajulação, a venalidade.  Todos induzidos a alimentar um sistema opressor, a fazer parte dele e defendê-lo, inclusive.
As mulheres sofrem aí grave desconforto e desvantagem pois nesse sistema patriarcal camuflado de moderno e contemporâneo, nesse sistema falocêntrico dominador gemem e morrem mulheres no mundo inteiro, de qualquer religião, de qualquer classe social, de qualquer idade, todos os dias, a cada minuto, vítimas da violência doméstica e da violência contra as mulheres.  Violência psicológica, agredida, amargurada, refém de seus filhos e de sua situação de dependência econômica; violência patrimonial, vendo tudo que construiu e constrói é destruído pelo companheiro; violência física, muitas vezes agredida e machucada; violência moral, com calúnias, injúrias, difamação.
Mulheres sofrem desde criança, desde meninas.  Tem lugares em que as meninas já nascem sendo mutiladas.  Tem nação que mata suas mulheres a pedradas como pena de morte.  Existem povos onde elas estão obrigadas a usar burca ou véu.  Vivemos numa sociedade em que está liberado toda sorte de indumentária, mas as mulheres não conseguem andar em segurança e liberdade, são incomodadas , muitas vezes, por causa do que vestem.
Nós não temos que disputar nada nesse mundo criado pelos homens.  Nós queremos outro mundo, outra sociedade, menos amarras, menos prisões e grilhões, mais liberdade, mais desprendimento, mais amor, mais solidariedade.
Simone de Beauvoir diz o seguinte:

As mulheres — salvo em certos congressos que permanecem manifestaçõesabstratas — não dizem "nós". Os homens dizem "asmulheres" e elas usam essas palavras para se designarem asi mesmas: mas não se põem autenticamente como Sujeito. Osproletários fizeram a revolução na Rússia, os negros no Haiti,os indo-chineses bateram-se na Indo-China: a ação das mulheresnunca passou de uma agitação simbólica; só ganharam o queos homens concordaram em lhes conceder; elas nada tomaram;elas receberam (Cf. Segunda Parte, § 5). Isso porque não têmos meios concretos de se reunir em uma unidade que se afirmariaem se opondo. Não têm passado, não têm história, nem religiãoprópria; não têm, como os proletários, uma solidariedade detrabalho e interesses; não há sequer entre elas essa promiscuidadeespacial que faz dos negros dos E.U.A., dos judeus dos guetos,dos operários de Saint-Denis ou das fábricas Renault uma comunidade.Vivem dispersas entre os homens, ligadas pelo habitat,pelo trabalho, pelos interesses econômicos, pela condição sociala certos homens — pai ou marido — mais estreitamente doque as outras mulheres. Burguesas, são solidárias dos burguesese não das mulheres proletárias; brancas, dos homens brancos enão das mulheres pretas. O proletariado poderia propor-se otrucidamento da classe dirigente; um judeu, um negro fanáticopoderiam sonhar com possuir o segredo da bomba atômica econstituir uma humanidade inteiramente judaica ou inteiramentenegra: mas mesmo em sonho a mulher não pode exterminar oshomens. O laço que a une a seus opressores não é comparávela nenhum outro. A divisão dos sexos é, com efeito, um dadobiológico e não um momento da história humana.
(O segundo sexo, fatos e mitos. Difusao Européia do livro).

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ministra da Cultura sueca é alvo de críticas após cortar 'bolo racista'

A ministra da Cultura da Suécia sofreu sérias críticas nesta quarta-feira (18) após ter sido fotografada cortando o que foi chamado de um "bolo racista", feito com o formato de uma mulher de tribo nativa africana.
Críticos pediram a renúncia de Lena Adelsohn Liljeroth após o episódio, que eles desceveram como um "espetáculo racista", segundo a reportagem do "Daily Mail".
Liljeroth participava de um evento no Museu de Arte Moderna de Estocolmo quando foi convidada a cortar o bolo, que tinha o formato de uma mulher africana nua.
O próprio artista e cozinheiro que produziu o doce pintou a face para se incorporar ao bolo, assumindo o lugar da cabeça no corpo e "gritando de dor" quando era cortado e servido 
A massa do bolo era de cor vermelha, lembrando a tonalidade da carne humana.
Makode Linde disse que sua obra, feita para dar destaque à questão da mutilação genital em tribos africanas, foi mal interpretada.

domingo, 8 de abril de 2012

Leis libanesas desvalorizam as mulheres, diz Joumana Haddad



JOUMANA HADDAD, intelectual síria, nos surpreende e encanta, com seu jeito incisivo e seguro de falar da situação da mulher, seja ela a ocidental, que pode vestir uma mini saia mas é tratada como um pedaço de carne, seja ela a oriental que usa burca e não pode falar.  Como síria ela traz em seu discurso a experiência da opressão, de uma sociedade em conflito, de pessoas oprimidas por um regime ditatorial que já dura 11 anos e que vem reprimindo, nos últimos dias, todas as manifestações contrárias ao seu poder.
Como é tratada a mulher na Bíblia Sagrada,  no Alcorão? no Torah?   na Lei Síria?  Vale a pena ouvir esta voz!



quinta-feira, 5 de abril de 2012

sexta-feira, 30 de março de 2012

APRESENTADORA ANA MARIA BRAGA EM PARTICULAR E MULHERES EM GERAL RIDICULARIZADAS NO XI FÓRUM BRASIL DE DIREITO EM ILHÉUS - BAHIA

A palestra do Doutor Rogério Sanches primou por ridicularizar as mulheres na pessoa de Ana Maria Braga, gastando mais de 20 minutos a contar uma entrevista que a mesma houvera feito com algum iminente colega seu.  Até o louro era mais inteligente que ela, o entrevistado chegou a engasgar com suas burrices.  Está tudo gravado, é o XI Fórum Brasil de Direito, no Centro de Convenções, em Ilhéus, Bahia, dias 29, 30 e 31 de março.

Ridicularizou as mulheres dizendo que ao chegar num grande escritório de advocacia de São Paulo e sendo recebido por uma das funcionárias de lá, que o tratara por doutor, sentiu logo que "aquela mulher era secretária dele".

Considero que foi violado este inciso da Lei Maria da Penha:



CONTRA A MULHER
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.


Na Carta Magna ele feriu dentre outros o princípio da dignidade da pessoa humana.







Seu tema era "aspectos relevantes da prisão preventiva", sobre o qual  falou pouquíssimo e muito raso.

Após haver passado mais de 40 minutos falando de sua vida particular ( falou de uma ex namorada, do sogro, da esposa, )e ridicularizando o gênero feminino, foi aplaudido de pé por vários da platéia.




sexta-feira, 16 de março de 2012

carta das mães de maio do brasil às madres e abuelas da plaza de mayo

São Paulo, 15 de Março de 2012
Queridas Madres e Abuelas de La Plaza de Mayo,
É com extrema preocupação e, ao mesmo tempo, em irrestrita solidariedade que, do Brasil, lhes escrevemos esta mensagem. Acabamos de receber a notícia de que uma das fundadoras do movimento, a companheira Nora Centeno, foi violentamente agredida e torturada em sua própria casa, na presença de familiares, na manhã da quinta-feira, 15 de março, por razões ainda desconhecidas.
Considerando intoleráveis esses bárbaros e sinistros acontecimentos, registramos nossa indignação e nos colocamos lado a lado da companheira Nora, sua família, sua luta histórica, e de todo o movimento das Madres e Abuelas. Mais que um patrimônio do povo argentino, consideramos Nora e esses movimentos, um patrimônio da nossa América Latina e de toda a humanidade, na luta pela verdade e justiça sem fronteiras. É, portanto, a partir deste nosso entendimento, que nos juntamos a vocês para exigir das autoridades competentes, o completo esclarecimento sobre mais esta violência, suas motivações e o indiciamento e punição em termos da lei dos responsáveis diretos e indiretos (se os houver) por tamanha barbárie.
Inspiradas também por vocês, nós constituímos em nosso país o movimento das Mães de Maio da Democracia Brasileira. Talvez vocês ainda não nos conheçam: somos um movimento relativamente recente, formado por Mães, Familiares e Amig@s de vítimas do Estado Brasileiro, criado a partir dos Crimes de Maio de 2006.
Nosso país, como a Argentina, também viveu uma longa ditadura civil-militar, de 1964 até 1988 – quando foi proclamada uma nova Constituição por aqui. No entanto, o novo Estado Democrático constituído, por não haver esclarecido os crimes cometidos no regime anterior, e não haver, portanto, julgado e punido seus responsáveis, mantém agentes estatais (sobretudo no poder Executivo e Judiciário, e suas respectivas polícias e Forças Armadas) que continuam a promover o terror contra os nossos trabalhadores e os mais pobres, principalmente nos bairros populares e das periferias das grandes cidades, em especial contra a nossa juventude pobre e negra. Para vocês terem uma ideia da dimensão dessa violência sistemática vivida por nós, a média anual brasileira de homicídios gira em torno de 47 a 50 mil assassinatos por ano, ao longo de toda a última década, deixando o Brasil no topo do ranking dos países com o maior número de homicídios em todo o planeta, segundo a ONU. Ou seja, nas últimas 3 décadas de “transição democrática”, já contabilizamos cerca de 1 Milhão de assassinatos, conforme assume o próprio Ministério da Justiça em nosso país ao divulgar o seu “Mapa da Violência 2012”. A grande maioria desses assassinatos é realizada por agentes do próprio Estado, ou grupos paramilitares e de extermínio ligados a ele e/ou aos grandes proprietários, o que configura um estado de sítio continuado e permanente, pelo menos contra os trabalhadores de menor renda e o povo pobre das cidades e do campo, em plena “democracia plena”.
Nosso movimento é fruto e resposta a essa barbárie, e a ele demos o nome de “Mães de Maio”: durante o mês de maio de 2006, no estado de São Paulo (o mais rico do nosso país) ocorreu o maior dos massacres destes mais de 20 anos de “democracia plena” – uma democracia plena de chacinas. Numa série de ataques contra a população das periferias das grandes cidades de São Paulo, agentes policiais e paramilitares ligados a grupos de extermínio mataram mais de 560 pessoas durante apenas 8 dias (de 12 a 20 de Maio de 2006). Um verdadeiro massacre que tirou a vida de muitos dos nossos filhos, e que passamos a chamar de “Crimes de Maio de 2006”.
A triste coincidência entre o mês de Maio que vitimou nossos filhos, e a “Plaza de Mayo” – que dá nome ao movimento de vocês na Argentina, bem como toda a referência histórica que o movimento de vocês significa para todas nós na luta pelo direito à Memória, à Verdade e à Justiça, e na luta por uma Verdadeira Democracia, fez com que escolhêssemos chamar ao nosso movimento de Mães de Maio da Democracia Brasileira. Mas não se trata apenas de um nome, ou de um recurso de propaganda e marketing. Trata-se de um compromisso. O compromisso de buscar e praticar o exercício cotidiano da solidariedade com as lutas históricas da classe trabalhadora, dentre as quais a resistência contra todas as ditaduras civis-militares no Cone Sul – o que consideramos absolutamente fundamental. Nós das Mães de Maio sempre fomos, e continuaremos a ser, solidárias à luta de tod@s @s perseguid@s, pres@s polític@s e assassinad@s pelos Estados latino-americanos, desde os povos originários massacrados, @s african@s sequestrad@s para o nosso continente na condição de trabalhador@s escravizad@s, os camponeses e camponesas expulsas de suas terras e assassinad@s, @s operári@s explorad@s, as vítimas e parentes de pres@s e perseguid@s políticos das ditaduras civis-militares, e a@s milhares de pres@s polític@s atuais de nossos países, em sua maioria de origem afro-indígena e pobre, das periferias e dos movimentos sociais.
Estamos convencidas de que é o sepultamento da Memória, a não-revelação da Verdade e a falta de verdadeiros processos de Justiça contra as violências históricas dos Estados contra seus cidadãos e cidadãs – estas negações de direitos – que estão na origem da continuidade da violência e do terror do Estado, mesmo em tempos de “democracias plenas”. Enquanto não se tiver a coragem de enfrentar todo o poder econômico, político e militar que faz questão de perpetuar, em cada um de nossos países, a violência das elites e seus respectivos aparatos estatais contra a maioria de nossas populações, para nós de nada significará a utilização dessa palavra “democracia”, a não ser como forma de engodo.
A barbárie desencadeada nesta quinta-feira (15/03) contra a companheira Nora Centeno, longe de nos intimidar, nos torna ainda mais alertas e solidári@s, e aumenta a nossa disposição de nos juntarmos a vocês em mais esta jornada.
As notícias que temos são de que – em termos da Justiça de Transição para a Democracia – o avanço das conquistas na Argentina são bem maiores que o que temos conseguido em nosso país. Sem dúvida, são notícias que procedem – enfim, vocês já conseguiram levar às barras dos tribunais, julgar e condenar generais e até chefes de Governo e Estado do período da ditadura. Isto nos dava, portanto, algum alento frente ao que aí se passava. No entanto, a recente violência contra Nora Centeno, nos deixa preocupad@s e em estado de alerta.
A violência cometida contra Nora Centeno é um alarme para que sigamos mais próxim@s e mais solidári@s uns aos outros – trabalhadores e povos latino-americanos – atentos a qualquer tipo de continuidade ou de reação dos fascistas de plantão, que seguem vivos e atuantes em cada um de nossos “estados democratizados”, muitas vezes travestidos na pele de “gestores progressistas”. Não foi em nome de “democracias” que considerassem “normais” este tipo de violência cometida hoje contra Nora aí na Argentina, e praticada cotidianamente contra jovens pobres e negros aqui no Brasil, que lutaram todos os nossos netos ou filhos assassinados, tampouco é por esta “democracia” que nós Mães e Avós seguimos lutando!
Força a todas vocês, companheiras! Sigamos atent@s e solidári@s!
Abraço carinhoso e especial à companheira Nora Centeno e toda sua família!
Pelo Direito à Memória, à Verdade e à Justiça! Ontem e Hoje! Aqui e aí!
A Luta por Liberdade não tem fronteiras no Tempo e no Espaço!
Mães de Maio da Democracia Brasileira



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Juíza agredida por promotor obtém proteção do TJ-BA Mário Bittencourt


Querido leitor, a notícia já estava  na net, transcrevo-a neste nosso espaço para que possamos refletir sobre o fato de que, definitivamente, a violência contra a mulher não tem classe social, não tem grau de instrução. O feminicídio é covarde e indigno.


O que vai parar essa onda de violência?


A emancipação feminina abalou tanto a estrutura emocional do macho da espécie que eles resolveram sair matando aquelas que os frustram com a rejeição?


Penso que precisamos introduzir nos currículos escolares estratégias e conteúdos do campo da Filosofia, da Psicologia, da Antropologia, do Direito que proporcionem a toda a comunidade escolar um avanço na compreensão dessa problemática real, que abala famílias inteiras e muitas vezes a vida de crianças e adolescentes, para sempre.  


Na área da educação, psicodramas, teatro, música, inserção da temática MULHER em todas as disciplinas estudadas, (não só as humanas, como também as exatas), onde gráficos estatísticos, percentuais e afins possam ajudar a dar a aula e ao mesmo tempo discutir a questão do gênero.


No que concerne à cultura, o governo deve promover concursos, criar projetos e premiar peças teatrais, músicas e projetos que denunciem a ignomínia dessa situação.


No âmbito do Direito, precisamos fazer valer as medidas protetivas da Lei Maria da Penha. Nas ações sociais o Brasil está atrasado quanto à construção de asilos para mulheres e crianças vítimas da violência doméstica, com estrutura para que as crianças continuem os estudos, o agressor não possa se aproximar, a mulher possa ir aos poucos retomando e re-organizando sua vida e a de seus filhos,  além de amparo psicológico.  Falo de um lugar com casas mobiliadas, onde a privacidade seja preservada, com os requisitos mínimos para uma vida digna, disponível para receber a família (mãe e filhos) à hora que for preciso.




A juíza Nêmora de Lima Janssem dos Santos, 35, titular de Caravelas (a 847 km de Salvador) conseguiu ontem a proteção pessoal solicitada ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), em Salvador, onde conversou com o presidente do TJ, desembargador Mário Alberto Simões Hirs, e outros juízes. Agora, homens da Guarda Militar do TJ-BA farão a segurança da magistrada.  Ontem, o TJ também designou o juiz Ricardo Shimith, assessor especial da presidência, para acompanhar o caso de perto.


Na última quinta-feira, segundo boletim de ocorrência registrada na Delegacia Especial de Proteção ao Turista (Deltur), em Porto Seguro, ela foi agredida com socos e pontapés pelo promotor público estadual Dioneles Leone Santana.


A agressão, conforme o boletim, ocorreu no camarote de uma festa privada de Carnaval prolongado e também atingiu o namorado da juíza, o advogado Leonardo Wishart, 27. “Já fiz o pedido por telefone e hoje vou formalizá-lo”, disse a magistrada, por telefone, antes de se dirigir ao tribunal.  Sobre a agressão, preferiu não entrar em detalhes, dizendo apenas que ainda está abalada e não sabe o motivo. “Isso é ele quem tem que dizer”, finalizou. 

Investigação - A Procuradoria Geral do MP-BA designou quatro promotores para investigar o caso, os quais estão sob o comando do promotor Valmiro Macedo, segundo o qual o prazo para conclusão é de 90 dias. Ontem mesmo, já foram ouvidos a juíza e o advogado  Leonardo Wishart, mas o conteúdo dos depoimentos não foi revelado. “Vamos entrar em contato com o promotor  para saber data e hora que ele quer ser ouvido, pois é assim que determina a lei. Depois vamos  saber se existem testemunhas e obter os laudos do exame de corpo de delito. Só depois disso, tiraremos as conclusões”, disse Macedo.


O advogado Leonardo Wishart não quis se manifestar sobre o assunto. “Todas as informações foram prestadas à polícia. Não me cabe falar a condição psíquica daquele senhor”, disse Wishart por telefone. A subseção baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação do Ministério Público da Bahia (Ampeb) foram procuradas, mas não se manifestaram sobre o assunto. Em nota da assessoria, a Associação dos Magistrados da Bahia (Amab) lamentou o fato e disse que analisará o caso para “tomar as medidas cabíveis (...) e dará todo o apoio necessário, incluindo assessoria jurídica para a magistrada”.


Intenção de matar - Segundo o boletim de ocorrência, a juíza foi “atacada” pelas costas com “chutes na cabeça e outras partes do corpo, de forma violenta e descontrolada pelo promotor”. No documento, a magistrada afirma que a intenção do promotor era matá-la. E o namorado dela “entrou em luta corporal com o promotor, saindo também lesionado por ter sido agredido com socos”. Testemunhas relataram que Nêmora caiu com o primeiro soco e o promotor  a chutou.


Dioneles não foi localizado no MP, em Porto Seguro, nem retornou as ligações feitas pela reportagem. Funcionários do MP não souberam dizer se ele trabalharia esta semana devido à eleição do procurador-geral do MP-BA, em Salvador.http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5815279&t=Juiza+agredida+por+promotor+obtem+protecao+do+TJ-BA

A Procuradoria Geral do MPE determinou quatro promotores para investigar o caso. Eles ficarão sob o comando do promotor Valmiro Macedo, segundo o qual o prazo para conclusão do caso é de 90 dias. Ele espera, no entanto, terminar antes disso.
"Vamos entrar em contato com a juíza para saber a data e a hora que ela quer ser ouvida, pois é assim que determina a lei. Depois vamos ouvir o namorado dela, saber se existem testemunhas, ouvir o promotor e obter os laudos do exame de corpo de delito. Só após isso tiraremos as conclusões", disse Macedo.
O advogado Leonardo Wishart não quis se manifestar sobre o assunto. Ele e a juíza já fizeram exame de corpo de delito. "Todas as informações foram prestadas à polícia. Não me cabe falar a condição psíquica daquele senhor", disse, por telefone. A subseção baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação do Ministério Público da Bahia (Ampeb) foram procuradas e não se manifestaram sobre o assunto.
Já a Associação dos Magistrados da Bahia (Amab) lamentou o fato e informou que a entidade analisará o caso para "tomar as medidas cabíveis". Segundo a nota da assessoria, o vice-presidente da Amab, Freddy Pitta Lima, "dará todo o apoio necessário, incluindo assessoria jurídica, para a magistrada".

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

VIOLÊNCIA RACIAL & POLICIAL



Assassinato da Drª Isabel Machado, Advogada Criminalista e Presidente da OAB-RJ seção Cabo Frio

isabel machadoAssassinato de Isabel Machado: Movimento negro solicita intervenção da secretaria de segurança na apuração da morte da presidente da OAB-RJ Seção Cabo Frio.
Às vésperas do carnaval, o assassinato da Drª Isabel Machado, Advogada Criminalista e Presidente da OAB-RJ seção Cabo Frio, em sua residência na última sexta-feira, causou revolta nos meios jurídicos, sociais, movimento negro e de mulheres, no Brasil e no Exterior.
Morta a tiros, dentro de casa e ao lado de seu namorado que escapou ileso, por dois pistoleiros que a executara friamente, depois de ordenarem que sentassem no sofá da sala.
O crime que está com a investigação a cargo da 161ª Delegacia de Cabo Frio, não tem até o momento nenhum esclarecimento ou motivo aparente.
Marcelo Dias, Superintendente da SUPIR - Superintendência de Igualdade Racial, Órgão da Secretaria de Assistência Social do RJ, irá amanhã para dar as condolência pessoais à família e encontrar-se com os representantes da OAB local.
isabel de pe segunda da esquerda para direitaMarcelo Dias e Paulo Roberto dos Santos, Presidente do Conselho Estadual dos Direitos dos Negros RJ-CEDINE, entraram em contato com a Chefe de Polícia, Drª Marta Rocha, solicitando audiência ainda durante o carnaval para que haja esclarecimentos e apuração rápida do caso.
O advogado José Carlos de Oliveira resumiu para a Mamapress os sentimento de todos n o momento:"
Em respeito à memória desta mulher negra, advogada, guerreira e militante do movimento negro Dra. Isabel, sugiro aos companheiros e companheiras da CIR OAB/ Cabo Frio, CIR OAB/ RJ, SUPIR, CEDINE, COMDEDINE, CEPERJ, COJIRA, IARA e demais entidades do Movimento Negro, que estas providências sejam tomadas imediatamente, Não há necessidade de esperar terminar o carnaval. Devemos começar JÁ! Quem pode participar deste mutirão? Quem pode contribuir de alguma forma para o êxito de nossas pretensões O momento é união e luta do Movimento Negro e todas as CIR OAB do Estado do Rio de Janeiro. "

Elementos para refletir sobre o 08 DE MARÇO DIA INTERNACIONAL DA MUILHER PARTE I


Maria de Lourdes da Silva


 No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Hoje em dia os patrões não podem mais matar ninguém, mas mesmo assim muita gente ainda morre, como pessoas que trabalham em minas, não podem mais escravizar ninguém, mas ainda se escraviza trabalhadores, se vende pessoas, principalmente meninas e mulheres.

O feminicídio atual, perpetrado por maridos no recesso do lar, na privacidade da residência do casal concretiza-se em  estatísticas alarmantes.  Espancamentos, humilhações secretas, ofensas morais, imagem denegrida diante dos filhos, escravidão subliminar... todas essas mazelas ainda sofre a mulher, com ou sem lei.

Urge que se comece a re-pensar a estrutura familiar, a criação e educação dada às crianças, sob o ponto de vista das diferenças entre os gêneros e da necessidade de respeito a essas diferenças, para que possamos viver numa sociedade mais feliz

Essa luta, essa batalha que travamos dentro de nós mesmas e dentro de nossos lares é para a vida toda...Minha mãe viveu 32  anos com meu pai, ele passava uma semana fora, dentro dos bregas, mas a mulher, antigamente, dependente economicamente,  aceitava essa indignidade... 


A mulher, antigamente, não era chamada sequer pelo nome.  Apenas MULHER. Os maridos podiam dizer a hora delas irem dormir e a hora de acordar.  Os maridos e os pais já tiveram poder de vida e morte sobre a família.  Os maridos já enterraram mulheres nas paredes de suas casas grandes, na época da escravidão, por ciúmes e suspeita de adultério. Os muçulmanos ainda cortam clitóris de crianças e matam mulheres julgadas adúlteras a pedradas, enterradas no chão, e também as empalam... os africanos estupram bebês meninas, porque está perigoso transar com mulheres, em função da AIDS.


Lílith foi condenada a ser uma miserável mãe de demônios por que não quis ficar por baixo e Eva levou a culpa da perda do paraíso.   Eu ouço todos os dias em minha casa as frases do Rei Salomão - que tinha 300 esposas e 700 concubinas - No livro de Provérbios  capítulo 14 versículo 1,Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derruba com as suas próprias mãos.

 A mitologia grega destaca as mulheres representando-as na figura de suas deusas: Ártemis, Atena, Afrodite, Deméter, Hera, Perséfone, Pandora e Gaia, ainda que a inteligência e o pensamento sejam simbolizados pela deusa Atena, é importante lembrar que esta não nasceu pelo corpo de sua mãe e sim da cabeça de seu pai, Zeus, o que evidencia desde o início que a mulher já não tinha nenhum valor.


Na visão de Pitágoras "existe um princípio bom que gerou a ordem, a luz e o homem; há um principio mau que gerou o caos, as trevas e a mulher". Platão já detinha um pensamento diverso, as mulheres eram tão capazes de administrar quanto o homem, pois para ele quem governa tinha a obrigação de gerir a cidade-Estado se utilizando da razão e para Platão as mulheres detinham a mesma razão que os homens. Aristóteles via a mulher como um homem não completo, para ele todas as características herdadas pela criança já estavam presentes no sêmen do pai, cabendo a mulher somente a função de abrigar e fazer brotar o fruto que vinha do homem, idéia esta aceita e propagada na Idade Média. Para São Tomás de Aquino uma vez a mulher tendo sido moldada a partir das costelas de um homem sua alma tinha a mesma importância que a do homem, para ele no céu predomina igualdade de direitos entre os sexos, pois assim que se abandona o corpo desaparecem as diferenças de sexo passando a ser tudo uma coisa só. Para Spinoza:
[...] Os homens, já se sabe, costumam amar as mulheres exclusivamente por um desejo sexual; estão dispostos a apreciar sua inteligência e sua sabedoria somente se são ao mesmo tempo bonitas. (Tratado Político, capítulo XI)

Schopenhauer diz: 

O que faz as mulheres particularmente aptas para cuidar de nós e nos educar na primeira infância, é que elas mesmas continuam sendo infantis fúteis e limitadas de inteligência. Permanecem por toda vida crianças grandes.

Não vêem além do que está diante dos olhos, fixam-se apenas no presente, tomam as aparências por realidade e preferem as frivolidades às coisas mais importantes. O que distingue o homem do animal é a razão. Preso ao presente, é capaz de voltar ao passado e sonhar com o futuro; daí sua prudência, seus cuidados, suas freqüentes apreensões. A débil razão da mulher não participa dessas vantagens nem desses inconvenientes. 

O  pensamento clássico europeu não difunde representações depreciativas apenas sobre negros e índios. Èmile Durkheim, por exemplo, outro autor considerado um dos fundadores da sociologia na França, em seu livro Da Divisão do Trabalho Social, ao tratar das diferenças entre os gêneros masculino e feminino, se baseou nas pesquisas do cientista Lebon, para quem


“...o volume do crânio do homem e da mulher, mesmo quando se comparam pessoas de igual idade, estatura e peso iguais, apresenta diferenças consideráveis em favor do homem e esta desigualdade vai igualmente crescendo com a civilização, de maneira que, do ponto de vista da massa do cérebro e, por conseguinte, da inteligência, a mulher tende a diferenciar-se cada vez mais do homem. A diferença que existe, por exemplo, entre a média dos crânios dos parisienses é quase o dobro daquela observada entre os crânios masculinos e femininos do antigo Egito” (Lebon, citado por Durkheim, 1978: pág. 28). In http://www.espacoacademico.com.br/083/83praxedes.htm




A violência contra a mulher é uma das formas mais cruéis de atentado aos direitos humanos