terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Elementos para refletir sobre o 08 DE MARÇO DIA INTERNACIONAL DA MUILHER PARTE I


Maria de Lourdes da Silva


 No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Hoje em dia os patrões não podem mais matar ninguém, mas mesmo assim muita gente ainda morre, como pessoas que trabalham em minas, não podem mais escravizar ninguém, mas ainda se escraviza trabalhadores, se vende pessoas, principalmente meninas e mulheres.

O feminicídio atual, perpetrado por maridos no recesso do lar, na privacidade da residência do casal concretiza-se em  estatísticas alarmantes.  Espancamentos, humilhações secretas, ofensas morais, imagem denegrida diante dos filhos, escravidão subliminar... todas essas mazelas ainda sofre a mulher, com ou sem lei.

Urge que se comece a re-pensar a estrutura familiar, a criação e educação dada às crianças, sob o ponto de vista das diferenças entre os gêneros e da necessidade de respeito a essas diferenças, para que possamos viver numa sociedade mais feliz

Essa luta, essa batalha que travamos dentro de nós mesmas e dentro de nossos lares é para a vida toda...Minha mãe viveu 32  anos com meu pai, ele passava uma semana fora, dentro dos bregas, mas a mulher, antigamente, dependente economicamente,  aceitava essa indignidade... 


A mulher, antigamente, não era chamada sequer pelo nome.  Apenas MULHER. Os maridos podiam dizer a hora delas irem dormir e a hora de acordar.  Os maridos e os pais já tiveram poder de vida e morte sobre a família.  Os maridos já enterraram mulheres nas paredes de suas casas grandes, na época da escravidão, por ciúmes e suspeita de adultério. Os muçulmanos ainda cortam clitóris de crianças e matam mulheres julgadas adúlteras a pedradas, enterradas no chão, e também as empalam... os africanos estupram bebês meninas, porque está perigoso transar com mulheres, em função da AIDS.


Lílith foi condenada a ser uma miserável mãe de demônios por que não quis ficar por baixo e Eva levou a culpa da perda do paraíso.   Eu ouço todos os dias em minha casa as frases do Rei Salomão - que tinha 300 esposas e 700 concubinas - No livro de Provérbios  capítulo 14 versículo 1,Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derruba com as suas próprias mãos.

 A mitologia grega destaca as mulheres representando-as na figura de suas deusas: Ártemis, Atena, Afrodite, Deméter, Hera, Perséfone, Pandora e Gaia, ainda que a inteligência e o pensamento sejam simbolizados pela deusa Atena, é importante lembrar que esta não nasceu pelo corpo de sua mãe e sim da cabeça de seu pai, Zeus, o que evidencia desde o início que a mulher já não tinha nenhum valor.


Na visão de Pitágoras "existe um princípio bom que gerou a ordem, a luz e o homem; há um principio mau que gerou o caos, as trevas e a mulher". Platão já detinha um pensamento diverso, as mulheres eram tão capazes de administrar quanto o homem, pois para ele quem governa tinha a obrigação de gerir a cidade-Estado se utilizando da razão e para Platão as mulheres detinham a mesma razão que os homens. Aristóteles via a mulher como um homem não completo, para ele todas as características herdadas pela criança já estavam presentes no sêmen do pai, cabendo a mulher somente a função de abrigar e fazer brotar o fruto que vinha do homem, idéia esta aceita e propagada na Idade Média. Para São Tomás de Aquino uma vez a mulher tendo sido moldada a partir das costelas de um homem sua alma tinha a mesma importância que a do homem, para ele no céu predomina igualdade de direitos entre os sexos, pois assim que se abandona o corpo desaparecem as diferenças de sexo passando a ser tudo uma coisa só. Para Spinoza:
[...] Os homens, já se sabe, costumam amar as mulheres exclusivamente por um desejo sexual; estão dispostos a apreciar sua inteligência e sua sabedoria somente se são ao mesmo tempo bonitas. (Tratado Político, capítulo XI)

Schopenhauer diz: 

O que faz as mulheres particularmente aptas para cuidar de nós e nos educar na primeira infância, é que elas mesmas continuam sendo infantis fúteis e limitadas de inteligência. Permanecem por toda vida crianças grandes.

Não vêem além do que está diante dos olhos, fixam-se apenas no presente, tomam as aparências por realidade e preferem as frivolidades às coisas mais importantes. O que distingue o homem do animal é a razão. Preso ao presente, é capaz de voltar ao passado e sonhar com o futuro; daí sua prudência, seus cuidados, suas freqüentes apreensões. A débil razão da mulher não participa dessas vantagens nem desses inconvenientes. 

O  pensamento clássico europeu não difunde representações depreciativas apenas sobre negros e índios. Èmile Durkheim, por exemplo, outro autor considerado um dos fundadores da sociologia na França, em seu livro Da Divisão do Trabalho Social, ao tratar das diferenças entre os gêneros masculino e feminino, se baseou nas pesquisas do cientista Lebon, para quem


“...o volume do crânio do homem e da mulher, mesmo quando se comparam pessoas de igual idade, estatura e peso iguais, apresenta diferenças consideráveis em favor do homem e esta desigualdade vai igualmente crescendo com a civilização, de maneira que, do ponto de vista da massa do cérebro e, por conseguinte, da inteligência, a mulher tende a diferenciar-se cada vez mais do homem. A diferença que existe, por exemplo, entre a média dos crânios dos parisienses é quase o dobro daquela observada entre os crânios masculinos e femininos do antigo Egito” (Lebon, citado por Durkheim, 1978: pág. 28). In http://www.espacoacademico.com.br/083/83praxedes.htm




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A violência contra a mulher é uma das formas mais cruéis de atentado aos direitos humanos