domingo, 20 de maio de 2012

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cultura/conteudo_272637.shtml?func=2


6 revolucionárias

Quem somos hoje devemos a estas mulheres, que, no século 20, lutaram pelo que acreditavam em campos tão distintos quanto política, moda e psicologia




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Simone de Beauvoir
SIMONE DE BEAUVOIR
Inventora do feminismo
Uma foto de Simone de Beauvoir nua, de costas, na capa da revista. Foi assim que a LE NOUVEL OBSERVATEUR comemorou o centenário do nascimento da papisa do feminismo, em 9 de janeiro deste ano. Provocação? Choveram cartas de feministas iradas dizendo que sim e questionando os editores por nunca terem estampado o bumbum do filósofo Jean Paul Sartre, o homem da vida de Simone. Para a revista, a imagem traduzia o espírito libertário da escritora francesa (1908/1986). Difícil discordar. Mesmo porque o livro O SEGUNDO SEXO, de Simone, também foi vis to como um atentado ao pudor na época do lançamento, em 1949. Só nos anos 60, as mulheres viram a real importância da obra, que criou as bases do feminismo e é tida como uma das 100 mais importantes do século 20. Está tudo ali: a forma como as tradições políticas e sociais, para justificar o patriarcado e a opressão masculina, criaram a tese da inferiorização da mulher; os programas para a liberação feminina; o questionamento da instituição do casamento.
Com o livro em punho, as mulheres mudaram o mundo. Além disso, a própria vida de Simone, que representava a quintessência da liberdade, inspirou milhões de jovens. Ela viveu uma das maiores histórias de amor de todos os tempos com Sartre, sem nunca morar com ele, e manteve amantes. Entre os dois, valia o pacto de que o amor masculino deles "absoluto" e os outros "contingentes" - o que fazia muita gente sonhar com a conquista de igual coragem. Hoje, dois anos depois do lançamento do livro TÊTE-À-TÊTE, da inglesa Hazel Rowley, nós sabemos que a história não era bem como Simone contava: a defensora da verdade omitiu o fato de que Sartre não a desejava mais sexualmente quando ainda estavam na casa dos 30 anos, não revelou os próprios casos com mulheres nem que seu amado seduzia as alunas. Muitas leitoras se sentiram traídas, com razão. Mas o fato de Simone ter se omitido não é motivo para crucificação. Como disse a psicanalista Julia Kristeva, sem O SEGUNDO SEXO não existiria nem aborto, nem paridade, nem mulheres ministras e presidentes".

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A violência contra a mulher é uma das formas mais cruéis de atentado aos direitos humanos