"Ser mulher é ser a Outra, o Objeto, a "Genitrix", a matrona, a esposa, a Mãe misteriosa, a Outra, sempre a Outra, exaltada como objeto do homem? Será o seu ser definível como o apoio dos mitos e das proteções da psiquê masculina? Seu papel ontológico e fundador será a aceitação, a introversão: o regaço, o seio nutriz, os braços protetores, a Maternidade assimilada à Terra, a Fecundidade, a germinação, a obscuridade uterina? A mulher será essencialmente a que consola, que nutre, que embala, que protege, a que é presença, intimidade, refúgio? É o eterno feminino fora do qual não existe salvação para o homem? Que representa para ela, mulher, esse "mistério feminino"? É logro, mitologia, alienação, projeção no irreal? Isso tem um valor para ela, em quem se recolhe esse mistério? Outra para o homem, é ela Outra também para ela mesma? É portadora de dons que ela ignora? É símbolo, imagem, arquétipo? É dom e fonte? Que sentido se anuncia nela? Qual o seu papel entre os seres humanos? Será ela consolação e doçura?"
Ivonne Pellé-Douël
Ivonne Pellé-Douël
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