quinta-feira, 25 de agosto de 2011

SOMOS TODAS VADIAS

Informações de: https://www.facebook.com/groups/228102723887739/

Marcha das Vadias, o que é isso?
Formamos parte de um movimento mundial denominado Slut Walk, iniciado em Toronto, no Canadá, em protesto a atitude de um policial que em uma palestra advertiu estudantes universitárias da possibilidade de estupro por usarem roupas de “vagabundas” (slut, em inglês). No Brasil, o Slut Walk recebeu o nome de Marcha das Vadias, e está sendo realizado nas principais cidades do país.
Em Itabuna, formamos um grupo aberto de mulheres de todas as idades, profissões e classes sociais. E decidimos também nos denominar VADIAS para denunciar e protestar contra toda sorte de violência que as mulheres sofrem. Principalmente contra as agressões referentes à violação do nosso corpo e a vitimização dos culpados.
Por que as mulheres estão usando um nome considerado pejorativo? Por modismo? Para chocar as pessoas?
Ao longo da história, sempre que transgredimos a submissão imposta nos apontam o dedo:
A CULPA É DESSA VADIA! A VAGABUNDA ME FEZ PERDER A CABEÇA!
O QUE ESSA VADIA QUER? É UMA PUTA MESMO!
Nós fomos e somos assim tratadas quando:
- rejeitamos um homem;
- questionamos a imposição de serviços domésticos ou subalternos;
- vestimos uma calça apertada, um decote, uma saia curta; pintamos a unha de vermelho...;
- exigimos os mesmos salários que os homens para desempenhar as mesmas funções;
- nos estupram - e tanto o estuprador quanto o policial nos culpam pelo crime;
- nos exploram sexualmente;
- nos encarceram, espancam e assassinam, muitas vezes dentro de nossas próprias casas;
- nos discriminam por sermos lésbicas, bissexuais ou transexuais.
Diante da violência, como a sociedade reage?
Como se não bastasse a dor e a humilhação da violência sofrida, o agressor justifica-se alegando que foi incitado pela mulher a praticar o ato criminoso: “Ela provocou!”. Muitas vezes as pessoas concordam ou lavam as mãos, e o isentam da culpa, considerando, inclusive, essas práticas naturais. O que gera banalização e impunidade. Em Itabuna, segundo registros da Delegacia da Mulher, 1052 mulheres foram agredidas em 2011. No Brasil, 150 mulheres são agredidas a cada hora e a cada dia 10 mulheres são mortas.
Esses motivos são suficientemente fortes para a reapropriação da palavra VADIA, positivá-la e fazermos dela uma bandeira, uma marca, uma idéia que combata o fato de que você, sua filha, esposa, mãe, colega, amiga, namorada, irmã, a outra... aqui ou em qualquer lugar do mundo, pode ser violada, em seus direitos e em sua subjetividade, e culpabilizada, simplesmente porque é MULHER.

07 de outubro, às 16 horas, vamos marchar juntas(os) na Av. Cinqüentenário.
Enquanto uma for VADIA, todas serão VADIAS!
COLETIVO DA MARCHA DAS VADIAS DE ITABUNA

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A violência contra a mulher é uma das formas mais cruéis de atentado aos direitos humanos