segunda-feira, 16 de maio de 2011

Violência contra mulheres cresce em Salvador


http://revistabahia.com.br/2011/05/violencia-contra-mulheres-cresce-em-salvador/


Segundo dados da DEAM (delegacia especial de atendimento à mulher) só no primeiro mês de 2011 foram registrados 733 ocorrências policiais relativos a crimes praticados contra a mulher, isso significa que 22 mulheres, em média, são agredidas diariamente. O que abrange desde ameaças até lesões corporais, espancamentos e estupros. Dado considerado alarmante segundo os órgãos de segurança pública e saúde.
Em todo o país os índices são altos, a cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil. A Bahia é o 3º lugar no país, em número de chamadas ao Serviço 180, telefone para casos de denúncias de violência contras mulheres. Lesão corporal (socos, pontapés, bofetões, estupro entre outros.), pressão psicológica e ameaça de morte. Nem todas as agressões deixam marcas corporais, como é o caso das ofensas verbais, que causam dores que ultrapassam a dor física, como humilhações e tortura. Essas são algumas das formas mais frequentes de violência contra a mulher.
Valdelice Medeiros de Lima, 42 anos, foi agredida por golpes de facas em Itabuna
Com a lei Maria da Penha lei nº11. 340, de 7 de agosto 2006, sancionada pelo ex- presidente Luis Inácio da Silva, na qual prevê a punição de agressores contra a mulher , foi dado um novo fôlego que impulsionou as mulheres a não aceitarem agressões caladas. De acordo com dados colhidos da DEAM/SSA pelo FMS (fórum de mulheres de Salvador) foi possível traçar um perfil das vítimas e das situações ocorridas:

• Têm entre 26 a 35 anos;
• O episódio violento tem no alcoolismo, o seu motivo desencadeador;
• O agressor é, invariavelmente, marido/companheiro;
• As agressões se dão durante a convivência marital, principalmente nos fins de semana;
• Ocorre, invariavelmente, no espaço da casa da vítima, a esfera privada, por excelência.



Ioná Nazaré Mascarenhas teve pedaço do rosto arrangado por uma mordida de seu ex-namorado Edilberto Souza de Oliveira, 29, lutador de Vale Tudo conhecido como Crocotá. Foto: Bocão News
A violência contra a mulher em Salvador está ligada de forma espantosa com a questão da etnia. Segundo o PNAD/2007 – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios -, as mulheres representam 52,4% da população da Região Metropolitana de Salvador (RMS). Dentre estas, aproximadamente 81,9% são negras e pardas. Aplicando esses percentuais, pertinentes à RMS, para a população estimada do Município de Salvador, temos atualmente 1.545.137 mulheres residentes em Salvador, das quais cerca de 1.273.193 são negras ou pardas. E as maiores vítimas desse tipo de agressão são essas mulheres.
Modos de prevenção e repressão.
Desde a sua criação em 2005, a SPM (Superintendência de Políticas Para as Mulheres) Salvador é marcada por avanços firmes na implantação do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres em Salvador, destacando-se no eixo do “Enfrentamento à Violência contra a Mulher”, com a participação decisiva da Prefeitura Municipal, através do trabalho de fortalecimento da articulação em rede dos serviços de atenção às mulheres em situação de violência.
O estado da Bahia também conta com 14 delegacias especiais de atendimento à mulher. As unidades oferecem serviços policiais, registro, apuração e investigação de ocorrências, além de acolhimento e orientação, para as vítimas de violência.

Raquel SantanaRevista Bahia Acontece
(quarta-feira, maio 4th, 2011)

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A violência contra a mulher é uma das formas mais cruéis de atentado aos direitos humanos